Descoberta nova família de peixes amazônicos em 40 anos
Não é raro ouvirmos falar de novas espécies de peixes descritas, mas muito menos frequente é quando surge uma nova família inteira de peixes!
Nos últimos 50 anos, apenas 5 novas famílias de peixes foram descobertas e, por isso, é surpreendente quando um novo gênero surge. Estamos falando do Tarumania, um peixe fino e comprido, com um corpo que lembra vagamente o de uma enguia, porém mais curto.
Primeira família de peixes sul-americanos desde os anos 70
Das mais recentes famílias descobertas, apenas uma é da América do Sul, Scoloplacidae, descrita em 1976. Portanto, a descoberta de agora é a primeira em mais de 40 anos e seu nome é Tarumaniidae.
Os peixes amazônicos se escondem do conhecimento público debaixo d’água e também debaixo das folhas, como é o caso do Tarumania walkerae, como ficou denominado. Ele habita depósitos de folhiço em poças temporárias na floresta amazônica.
Essa família tem peculiaridades que a difere, apresentando um corpo anguiliforme, com dois pares de nadadeiras ventrais que conseguem se mover até 180°, uma nadadeira dorsal e uma cauda delicada e transparente.
Não suficiente, a Tarumania consegue girar a cabeça até um ângulo reto ao corpo.Tudo em cerca de 10 centímetros.
A verdade é que a espécie demorou tanto para ser encontrada porque vive enterrada, às vezes a metros de profundidade, em lodaçais preenchidos com a folhagem que cai das árvores e vai se acumulando. A Tarumania vive assim, pois consegue captar ar e guardar em sua boca por curtos espaços de tempo, o que lhe dá uma ferramenta extra de respiração.
Sua posição filogenética ainda é incerta, mas sua morfologia sugere um parentesco com as traíras (Erythrinoidea), peixes carnívoros encontrado pelo Brasil todo.
É certo que a família dos tarumanídeos vai crescer e que muitos segredos podem ser desvendados para ajudar os pesquisadores a entender a evolução dos vertebrados.
O mais intrigante é saber que se um local próximo de um centro urbano escondia uma família inteira, o que esperar do resto da Amazônia toda, né?
Imagina o quanto ainda temos a aprender sobre a diversidade de peixes no Brasil!
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