A princÃpio, o cachorro-vinagre (Speothos venaticus) pode até não muito conhecido.
Mas ele é o mais sociável em território nacional.
Então, bora conhecer um pouco mais desse um animal bastante diferente e raro.
Menor CanÃdeo da América do Sul
Pra começar, o cachorro-vinagre é um dos menores canÃdeos da América do Sul.
Pois ele tem cerca de 30 cm de altura e 60 cm de comprimento, pesando até 7 kg.
Porém, não se engane!
Em sÃntese, ele é um excelente caçador.
Esses canÃdeos silvestres possuem membranas interdigitais.
Ou seja, membranas que unem os dedos de alguns animais.
Inclusive, isso pode estar relacionado com a forma como eles caçam.
Pois o cachorro-vinagre cava as tocas de tatus e pacas para capturá-los.
Um estudo nas áreas do Pantanal e do Cerrado revelou que a principal presa do cachorro-vinagre é o tatu-galinha.
Mas também têm na sua lista de preferências culinárias a paca, a cutia e animais de grande porte, como veados e catetos.
Além disso, eles nadam muito bem.
Dessa forma, eles perseguem diversos animais durante as caçadas.
Por serem bons caçadores tanto na água quanto na terra, é comum que o grupo de cachorros-vinagre se divida para perseguir a presa.
Logo, eles acabam indo parte pela terra e parte pela água.
Dessa forma, ele consegue capturar até mesmo capivaras jovens, que entram nos rios e lagoas para tentar fugir.
Diferentemente de outras espécies de canÃdeos brasileiros, que podem comer carne e frutas e são, em sua maioria, noturnos, nosso cão do mato é exclusivamente carnÃvoro e é ativo durante o dia.

O cachorro-vinagre nunca foi caçado por interesse econômico.
Inclusive, registros revelam que algumas tribos de Ãndios brasileiros tinham cachorros-vinagre como animais de estimação.
Cachorro-vinagre é nativo no Brasil, mas pouco conhecido na América
do Sul
O cão do mato do Cerrado, cujo nome vem do forte cheiro de vinagre exalado pela sua urina, não é muito conhecido por aqui.Â
Logo, a sua aparência distinta não é muito vista.
Por isso, pode ser difÃcil reconhecer o cachorro-vinagre.
Contudo, saiba que tem pelagem castanho avermelhada, com as costas mais claras que o resto do corpo.
Além disso, ele tem orelhas pequenas e arredondadas, e suas pernas são bem curtas.
Seja como for, o primeiro registro de cachorro-vinagre é do ano de 1842.
Inclusive, uma curiosidade é que ele aconteceu por meio de pesquisas de fósseis em cavernas brasileiras.
Depois disso, foram observados animais vivos.
Gestação do cachorro-vinagre
A partir dos estudos, descobriu-se que a gestação do cachorro-vinagre dura, em média, 67 dias, resultando de 1 a 6 filhotes.
Então, as fêmeas dão à luz aos filhotes em um ninho feito em tocas e o macho fornece alimento à fêmea e aos filhotes.
Quando prenhe, a fêmea do cachorro-vinagre busca por tocas de tatus, para se esconder e criar seus filhotes.
Dessa forma, para ocupar uma toca, a fêmea expulsa quem estiver morando lá.
Seja um tatu, uma paca ou uma cutia.
Acredita-se que a fêmea não se reproduza antes dos 4 anos de idade.
Assim como os cães domésticos, os cachorros-vinagre fêmeas entram no perÃodo reprodutivo duas vezes por ano.
A expectativa de vida dos cachorros-vinagre é de, em média, 10 anos.
Uma caracterÃstica curiosa é que, para demarcar o território, a fêmea do cachorro-vinagre faz um verdadeiro malabarismo.
Pois ela se apoia nas patas dianteiras e ergue a parte traseira do corpo, para urinar em pedras, pequenos arbustos ou troncos de árvores.
Já o macho levanta uma das patas traseiras para trás e ejeta um spray de urina.
O bando de cachorro-vinagre se comunica por sons variados
Raramente o cachorro-vinagre é visto sozinho.
Inclusive, ele é a única espécie de canÃdeo selvagem do Brasil que vive em grupos – de 2 a 12 animais.
Dessa maneia, existe uma hierarquia social muito estruturada no grupo, em que o casal mais velho é o dominante.
Essa dominância é tão respeitada que, quando a fêmea lÃder do grupo tem filhotes, os demais animais do bando vão caçar e ajudar a cuidar desses filhotes.
Por viverem em grupos, os cachorros-vinagre precisam se comunicar entre si.
Para isso, usam latidos e grunhidos.
Dependendo da região, ele recebe diferentes nomes.
Tais como cachorro-do-mato-vinagre, bush dog, aracambé, janauÃ, janauÃra, zorro, perro de monte, perro de la sierra, perro venadero, perro de água, perro de la sierra, entre outros.
Às vezes, ele também é chamado de acutiuara.
Em suma, o termo é formado pelas palavras indÃgenas acuti, que se refere à s cutias e pacas, e uara, que significa senhor ou dono.
Logo, no linguajar indÃgena quer dizer que o animal é um caçador de cutias e pacas.
É preciso garantir a sobrevivência dos cachorros-vinagres
O cachorro-vinagre ocorre desde o Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas e Brasil, além de Equador, BolÃvia, Paraguai e Argentina.
Por ser uma espécie rara e pouco estudada, não há muitos dados sobre o cachorro-vinagre.
Segundo estudos, existem cerca de 340 indivÃduos na Mata Atlântica, 8.813, na Amazônia, e 360, no Pantanal.
Independentemente desses números, a população ribeirinha e os Ãndios descrevem o cachorro-vinagre como difÃcil de ser avistado.
Dessa forma, a espécie nunca foi muito comum na natureza.
Desde a sua descoberta, alguns fatores podem acelerar o seu processo de desaparecimento.
Infelizmente, como sempre, algumas coisas podem fazer com que o cachorro-vinagre desapareça de vez.
Por exemplo, doenças transmitidas por cães domésticos, como a raiva e a parvovirose, a destruição das florestas, a caça de animais, o atropelamento nas estradas e a caça.
Atualmente, existe um plano de manejo de cachorros-vinagre.
Assim, grupos de pesquisadores se esforçam para garantir a sobrevivência e a perpetuação dessa espécie.
Tanto em cativeiros quanto em áreas naturais.
Definitivamente, um bichinho que a gente espera ver mais por aqui, né?
Por fim, fala aÃ, Mateiro! Já conhece o cachorro-vinagre?
Ainda mais se tiver fotos, pode mandar no nosso Insta @AqueleMato.
Além disso, comenta aà e conta tudo!
A gente se vê pelas trilhas.
Tchaau!
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