Covid-19 e o perigo do necrochorume nos cemitérios
Já ouviu falar sobre necrochorume nos cemitérios, Mateiro?
Basicamente ele é o líquido resultante da decomposição de pessoas e animais após a morte.
Ou seja, ele consiste em fluidos decorrentes do processo de decomposição dos cadáveres.
Não só isso, ele possui alto potencial de contaminação dos solos, do ar e dos recursos hídricos.
Certamente, aí está o perigo!
Pois ele pode causar danos ao meio ambiente e às pessoas.
Sobretudo para aquelas que vivem em condições precárias.
Pois provavelmente elas utilizam água de poços ou mesmo diretamente de córregos e outros corpos hídricos.
Então, bora pra mais um alerta sobre consciência ecológica.
Sepultamento em massa: impactos do necrochorume no meio ambiente
Inegavelmente, solo, ar e água sofrem impactos do necrochorume.
Principalmente agora, momento em que temos alto número de enterros diários.
É evidente que os cemitérios são um ponto importante para a gente entender a proporção da pandemia da Covid-19 no Brasil.
Atualmente, milhares de corpos estão sendo enterrados em pouco tempo.
Embora os corpos estejam enterrados, eles estão infestados de bactérias, vírus e micro-organismos patogênicos.
Dessa maneira, eles podem contaminar o corpo d’água abaixo do cemitério.
Estima-se que cada cadáver pode produzir de 30 a 40 litros de necrochorume, em um período de seis meses a três anos.
Evidentemente, dependendo das condições em que foi enterrado.
Porém, temos que considerar que grande parte dos cemitérios foi construída sem uma avaliação prévia do terreno.
Por isso, o descarte indevido do necrochorume faz com ele penetre o solo e contamine lençóis freáticos, nascentes de rios e poços rasos.
Eventualmente, isso pode causar diversas doenças na população que consome essa água.
Dessa forma, muitas pessoas podem pegar patogenias graves, como a febre tifoide, hepatite A, tétano, tuberculose e outras.
Sem falar que o próprio vírus da covid-19 pode gerar problemas futuramente, na exumação dos corpos.
MS tem novas regras para sepultamento
A fim de evitar a contaminação por necrochorume nos cemitérios, especialistas buscam maneiras e tecnologias para resolver o problema no setor.
Porém, a necessidade de urgência é real.
Principalmente com a chegada da pandemia do vírus Covid-19.
Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Saúde atua com novas regras especificamente para sepultamento durante o período de enfrentamento ao coronavírus.
Conforme as regras atuais, os corpos devem ser enviados da unidade de saúde para o serviço funerário em um prazo de até duas horas, no máximo.
Além disso, os serviços funerários devem funcionar de domingo a domingo, 24 horas por dia.
Se o óbito ocorrer fora do horário de funcionamento do cemitério, a funerária deve guardar o corpo até o dia subsequente.
Quando possível, o corpo deve ser embalado em três camadas.
Assim, o ideal é enrolar o corpo com lençóis; colocá-lo em saco impermeável próprio (esse deve impedir que haja vazamento de fluidos corpóreos); e depois ainda colocá-lo em um segundo saco (externo), desinfetando-o com álcool a 70%.
As regras devem ser adotadas em relação a exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver.
A pandemia não acabou
Infelizmente, a angústia de tantas covas feitas às pressas e milhares de pessoas enterradas sem que seus familiares possam se despedir adequadamente não tem fim ainda.
Não é hora de turistar, pessoal!
Cuidem-se e, se puderem, fiquem em casa.
Logo a gente se encontra!
Até mais.
Descubra mais sobre Aquele Mato
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