O manduvi e a preservação da arara-azul no Pantanal
Bora falar do manduvi, Mateiros?
Antes de tudo, o manduvi (Sterculia apetala) é uma árvore de grande porte que vem diminuindo em quantidade na natureza, para que a pecuária possa se desenvolver.
Como resultado, a disponibilidade de recursos para as nossas aves diminui.
Segundo estudos, 94% dos ninhos da arara-azul são abrigados nas cavidades existentes nesta espécie arbórea.
Inclusive, ela ainda é usada por outras aves, como gavião-relógio, o urubu-comum, o pato-do-mato e a arara-vermelha.
Da mesma forma, pesquisas mostram uma perda média de 5% das árvores adultas que abrigam ninhos.
Isso acontece em razão de queimadas, de derrubadas e de tempestades.
Assim, essas aves usam as cavidades no tronco do manduvi como ninhos.
Além de elas consumires as sementes produzidas por ela.
Por isso, as sementes do manduvi são consideradas uma iguaria pelos nativos da região.
Inclusive, eles as consomem em grandes porções, sendo conhecidas por serem medicinais.
Arara-azul x Tucano-toco, a sinuca de bico sobre o manduvi
Imponente, o manduvi produz grandes frutos.
Bem como cada um deles têm de três a oito grandes sementes dispersadas por aves.
Porém, o tucano-toco é um dos únicos pássaros que conseguem, de fato, abrir o fruto e engolir a sua semente.
Exclusividade da América do Sul: tucano-toco
Isso o torna o principal dispersor de sementes de manduvi.
Porém, o tucano-toco é também o maior predador de ovos de arara-azul.
Ou seja, se não houver tucanos-toco, os manduvis desaparecem.
Pois não há dispersão de suas sementes nem surgem novos “manduvinhos“.
Além de isso ainda afetar as araras-azuis, que não têm onde fazer seus ninhos.
Em contrapartida, se há muitos tucanos-toco, eles espalham as sementes dos manduvis.
Assim, as araras-azuis têm mais lugar para fazer seus ninhos.
Mas seus ovos são muito depredados.
Então, a relação é indiretamente favorável em um ponto, mas influencia a vida das araras-azuis no outro.
Assim, fica difícil, né?!
Uma das maiores árvores pantaneiras
Desde já, destacamos, ela é natural do Brasil e uma das maiores árvores pantaneiras, com 10 a 20 metros.
Dessa forma, ele ocorre no Pantanal, dentro de manchas (capões) e de corredores (cordilheiras) de floresta semidecídua não inundável.
Assim, ela é dotada de raízes que se desenvolvem com o tronco, acima do solo.
Além disso, a frutificação do manduvi acontece entre maio e setembro.
Ela dá frutos verde-amarelados do tipo cápsula, cobertos por pelos.
Inclusive, de novembro a março ocorre a floração.
A madeira em seu cerne tem coloração marrom-avermelhada.
Por outro lado, a parte externa da madeira tem cor amarelo-claro.
Geralmente essa parte apresenta cor mais clara do que a parte central mesmo.
Pra finalizar, o manduvi é um representante da família Malvaceae (antiga Sterculiaceae) e também é conhecido como amendoim-de-bugre.
Tanto quanto outras espécies, o manduvi é considerado uma espécie guarda-chuva para a conservação da diversidade biológica no Pantanal-Sul.
Pois quando a gente preserva suas condições ecológicas, muitas espécies de plantas e animais que ocupam os mesmos habitats são favorecidos.
Atualmente, o manduvi depende de nós.
Assim como a arara-azul e demais aves.
Apesar dos esforços empreendidos na preservação do Pantanal, a estimativa é de que até 2030, todo o bioma Pantanal esteja descaracterizado.
Mas sem essa espécie arbórea, outras podem desaparecer da natureza.
Então, compartilhe esse post e ajude a conscientizar o máximo de pessoas para a preservação.
E aproveita pra comentar se já conhecia o manduvi!
A gente se vê nas trilhas.
Tchauu!
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