Arara-azul: um amor pra vida inteira?
Pela beleza, pelo tamanho e pelo comportamento, a arara-azul se destaca por onde passa, encantando o céu sul-mato-grossense.
Primeiramente conhecida em inglês como Hyacinth Macaw, a arara-azul é da ordem Psittaciformes e da família Psittacidae, assim como papagaios, periquitos, maritacas, entre outros.
Certamente, ela é a maior representante da classe das aves, pesando até 1,5 kg, com cerca de 1 m da cabeça até a cauda e uma impressionante envergadura.
Mas tem um fato bem curioso: sabia que a arara-azul não é azul?
Então, vem descobrir que papo é esse!
Arara-azul não é azul
Com uma coloração azul-cobalto, em sequência degradê da cabeça para a cauda, no entorno dos olhos tem um amarelo-ouro, e uma faixa na base da mandíbula.
Porém, a sua cor azul é fruto de um efeito chamado iridescência.
Ou seja, essas araras não são azuis, pelo menos de uma perspectiva química.
Assim como o azul do céu e do mar, a cor que vemos nas araras é apenas um jogo de luz que reflete azul.
Isto é, de outro ângulo, ela apresenta sua verdadeira cor.
Pois é, a natureza nos engana.
Elas não apresentam pigmentos da cor azul, e o que a gente vê é literalmente um truque de luz.
Nas suas penas, as moléculas de queratina são entremeadas por bolsões de ar.
Essas estruturas dispersam radiações de outras cores que não o azul, cujo comprimento de onda é o único refratado.
Assim, em contato com a luz branca, as microescamas atuam como lentes, anulando todas as frequências de onda visíveis, menos as do azul.
Legal, né?
Mais características
Inegavelmente doce e extremamente gentil, a arara-azul apresenta um temperamento muito calmo.
Ela não se alimenta somente no topo das árvores, mas também no solo, em bandos.
Para conseguir se alimentar, a arara-azul tem o maior e mais forte bico de todos os psitacídeos.
Pois sua dieta é à base de frutos extremamente duros.
Tais como o acuri (Scheela phalerata) e a bocaiuva (Acrocomia aculeata), e o manduvi (Sterculia apetala), além de cocos de inajá (Maximiliana maripa) e tucumã (Astrocaryum sp.)
As araras-azuis habitam o Pantanal (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraguai e Bolívia) e também os estados de Tocantins, Piauí, Maranhão e Bahia, e a região perto da Serra dos Carajás, no Pará.
Por isso, ela é também chamada por nomes como Arara-Jacinto, Araraúna, Arara-Preta, Araruna e Arara-azul-Grande.
Sem dimorfismo sexual, araras-azuis formam casais monogâmicos
Afetuosas e brincalhonas, as araras-azuis voam em bando e procuram se isolar durante o período reprodutivo.
Além disso, há pesquisas que dizem que são bastante fiéis aos seus parceiros.
Então, teoricamente fiéis e monogâmicas, as araras-azuis formam um único casal e vivem juntas pela vida toda.
Inclusive fora da estação reprodutiva.
Assim, a taxa reprodutiva é baixa, quase sempre com 2 ovos em cada ninhada – destes, geralmente apenas um sobrevive.
Mas, em grupos ou em casais, tanto machos quanto fêmeas realizam a tarefa de cuidar da família.
A fêmea preocupa-se com a incubação dos ovos, e o macho se responsabiliza por alimentá-la.
Inclusive, é muito comum ver os pares se acariciando com o bico (comportamento conhecido como preening), o que serve para a limpeza das penas e para socialização com outras aves.
Seus ovos eclodem depois de 28 dias de incubação.
Os filhotes são frágeis e correm risco de vida até completarem 45 dias.
Por isso, são alimentados pelos pais até os seis meses.
A arara-azul faz seu ninho em cavidades naturais de troncos, como o manduvi, uma árvore de grande porte, típica do Pantanal, podendo utilizar a mesma de árvore por mais de uma década.
A partir dos 7 anos, a arara-azul começa a sua própria família.
É importante lembrar que machos e fêmeas não têm dimorfismo sexual, sendo muito parecidos.
Então, a identificação do sexo, geralmente, é feita por meio de análise de DNA, pela análise do seu sangue ou laparoscopia.
Extinção ameaça arara-azul?
A diminuição na população da arara-azul ocorreu até a década de 1980, em consequência da captura de indivíduos para o comércio, da descaracterização de seu habitat natural e pela coleta de penas.
Atualmente, a estimativa é de que mais de 10 mil araras-azuis foram retiradas do seu habitat, restando apenas 1,500 no Pantanal.
Ainda considerada em perigo de extinção, a arara-azul tem um defensor da sua preservação, o Projeto Arara-Azul, que monitora, faz acompanhamentos na região e promove ações de educação ambiental.
Existem três espécies conhecidas de araras-azuis: a arara-azul grande, a arara-azul de lear e a arara-azul pequena, a última delas classificada como extinta e as outras ameaçadas de extinção.
Sabendo que a presença da arara-azul é um importante indicador de saúde ambiental, é nossa função a conservação da nossa região, para a sua proteção.
Combinado?
Compartilhe este post e incentive todo mundo a cuidar!
A gente se vê.
Tchaau.
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