Projeto de lei de Bolsonaro filho ameaça Pantanal - Aquele Mato

Projeto de lei de Bolsonaro filho ameaça Pantanal


Um projeto de lei de autoria dos senadores Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Marcio Bittar (MDB-AC)  ameaça o Pantanal e outros biomas revogando o capítulo IV do Código Florestal e abrindo brechas para a exploração das Reservas Legais pelo agronegócio.

Os senadores defendem que a burocracia ecológica atrapalha o desenvolvimento do agronegócio e da economia no Brasil, que é muito bem preservado. OOOOOOOOi???????? (Será que eles vivem no mesmo país que a gente?)

Parece absurdo, né? Porque é mesmo!

Com o maior prazer do mundo, a gente fala, repete e tenta explicar de novo sobre a importância do Pantanal, mas fica difícil manter a paciência quando parlamentares – que deveriam prezar pelo futuro – propõem leis que simplesmente vão acabar com nosso bioma.

Como projeto pode sumir com 3 milhões de hectares no Pantanal

Conforme a proposta dos senadores, a área que seria legalmente desmatada com base no Código Florestal (Lei 12.651/2012) aumentaria em 89 milhões de hectares no Bioma Amazônico, 46 milhões de hectares no Cerrado, 15 milhões de hectares na Caatinga, 12 milhões de hectares na Mata Atlântica, 3 milhões de hectares no Pantanal e 3 milhões de hectares no Pampa, resultando em 167 milhões de hectares.

Projeto de lei de Bolsonaro filho ameaça Pantanal - Aquele Mato

Essa conta se somaria aos 103 milhões de hectares que já podem ser legalmente desmatados com as regras atuais do Código Florestal.

Tal situação resultaria em degradação dos recursos hídricos, crises de abastecimento, perdas massivas de biodiversidade e instabilidades climáticas tanto locais quanto no mundo todo.

E, com tudo isso, claro, os biomas perderiam seu papel ecológico, que é manter o equilíbrio ambiental.

Além disso, segundo estudiosos, o desenvolvimento da produção agropecuária não é exatamente um benefício, pois a maior parte das Reservas Legais ocorre sobre terras pouco aptas para agricultura intensiva apoiada por tecnologia.

A valorização dos imóveis agrícolas e a exploração dos produtos do desmatamento como madeira e carvão, benefícios diretos do desmatamento de terras pobres, são apenas do proprietário das terras.

Então, o desmatamento de terras improdutivas não gera benefícios coletivos.

Resumindo, em apenas três artigos, a revogação do PL 2362/2019 no Senado pode resultar em um enorme estrago na vegetação nativa e ainda causar um desmatamento de 167 milhões de hectares em todo o território nacional.

Os prejuízos também afetariam a agricultura por falta de polinizadores, aumento de pragas e doenças e frustração de safras por seca ou excesso de chuva.

O projeto já está tramitando no Senado Federal e aguarda parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Em consulta pública realizada no site do Senado Federal, até hoje (1º de maio), 1.795 pessoas votaram contra o projeto. Vote você também:

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Podemos ser o país que mais produz alimentos no mundo

O Observatório do Clima produziu um vídeo pra ajudar a gente a entender o uso de solo no Brasil, mostrando que a SOS Pantanal tem um objetivo de conciliar a produção agropecuária, a cultura pantaneira e a conservação do meio ambiente.

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