Serra do Amolar, um lugar misterioso no Pantanal
Pouco explorada em MS, a Serra do Amolar é uma das mais belas paisagens pantaneiras.
Com grande importância para a diversidade biológica, essa cadeia de montanhas exibe elevações que passam de mil metros acima do nível do mar.
Ela se estende por 80 km no Pantanal de Corumbá, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia e na divisa entre MS e MT.
Essa formação rochosa faz parte do Maciço do Amolar.
Pra começar, o maciço é uma barragem natural que regula a umidade local ao reduzir a velocidade de escoamento dos rios Paraguai, São Lourenço e afluentes, represando a água corrente e formando com ela três grandes lagoas na região: a Mandioré, a Galva e a Uberaba, esta última a maior de todas.
A Serra do Amolar é considerada hoje área prioritária para conservação.
Pois ela abriga um enorme corredor ecológico nacional, de quase 300 mil hectares.
Lá se se encontram o Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e três Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Na região da Bolívia estão o Parque Nacional de Otuquis e a Área Natural de Manejo Integrado San Matías.
Serra do Amolar é abrigo para animais que fogem da cheia pantaneira
Uma das principais características da Serra do Amolar é a existência de espécies vegetais pertencentes a biomas diferentes.
Por exemplo, algumas plantas típicas do nordeste podem ser encontradas ali, em meio à região pantaneira.
Segundo pesquisadores, essa variedade se instalou na época em que ali predominava o clima seco, há mais ou menos 20 mil anos.
Assim, elas conseguiram sobreviver às variações climáticas e ao aumento da umidade, formando a maior área continental de água doce do planeta.
Por isso, a vegetação do maciço do Amolar apresenta uma diversidade de biomas e ali predominam os mamíferos aquáticos, como ariranhas, antas, lontras capivaras e jacarés.
Região de extrema importância ambiental e rara beleza, a Serra do Amolar guarda vestígios arqueológicos de povos que viveram ali há oito mil anos.
Antes da chegada dos colonizadores europeus, era habitada pelos índios bororo, chamacoco, paiaguá, chané e terena.
Por fim, entre as etnias que residiam no Pantanal, os Guató são hoje os últimos remanescentes dos povos canoeiros, vivendo na Ilha Ínsua e na periferia de Corumbá.
Em virtude disso, eles acreditam que a Ilha Ínsua, onde vivem, cercada por aquelas montanas, é o centro do mundo.
Uma vez que a região ainda é um mistério e um pouco isolada, já desperta o encanto e a contemplação dos amantes da natureza, como nós.
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Otimo, muito interessante
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