Kaiowas
Por Romerito Pontes from São Carlos - [2015-10-29] Visita às terras Kaiowás_014_Romerito Pontes, CC BY 2.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=45726793

11 Povos indígenas de Mato Grosso do Sul

Atualmente, os povos indígenas de Mato Grosso do Sul vivem em comunidades que estão em 30 dos 79 municípios do Estado.

Uma vez que a gente sabe da contínua diminuição das reservas indígenas no Brasil, é importante lembrar que proteger a cultura indígena é mergulhar em defesa da história do país.

Por isso, vamos conhecer os povos ancestrais brasileiros que formaram parte da cultura e costumes que hoje existem.

Conforme o IBGE, Mato Grosso do Sul tem a terceira maior população indígena do Brasil, com 80 mil indígenas, atrás apenas de Roraima e Amazonas.

Sendo assim, os povos indígenas de Mato Grosso do Sul são representados por 11 etnias.

Ou seja, os Povos indígenas de Mato Grosso do Sul são:

  • da família linguística arawak
    • Terena
    • Kinikinau
  • da família linguística tupi-guarani;
    • Kaiowá
    • Guarani
  • de língua guaikurú;
    • Kadiwéu
  • tronco macrojê
    • Ofaié (conhecidos como Ofaié-Xavante)
    • Guató
  • de língua zamuco;
    • Chamacoco
    • Ayoreo
  • língua original isolada, que hoje não falam mais;
    • Atikum
    • Camba
Indígenas de Mato Grosso do Sul

Porém, antigamente mais povos viviam por MS e agora moram em outros estados.

Da mesma forma, muitos grupos que vivem aqui também estão presentes em outros lugares, tanto no Brasil quanto em demais países, como Paraguai e Bolívia.

População indígena decresceu e muitos povos foram extintos

Nos tempos de colonização do Brasil, os povos indígenas foram reduzindo-se tanto fisicamente quanto culturalmente.

Desde então, o desafio é sempre o mesmo: a posse dos territórios tradicionais, um dos motivos para o alto índice de pobreza entre os povos e a essência da sua autonomia e sustentabilidade.

Com a modernização das atividades agrárias, trazendo novas máquinas e técnicas, originou-se o que designamos hoje “agronegócio”.

Esse processo trouxe populações do sul do Brasil ligadas à agricultura, especialmente monocultura de soja.

Diante da integração da sociedade, o modo de vida dos indígenas foi transformado.

Assim como a organização social, religiões e economia.

Dessa forma, seus conhecimentos, tecnologias de manejo ambiental, medicina e agricultura acabam dissipados e pouco valorizados sob a visão do agronegócio e de parte da classe política.

Ou seja, existe a equivocada ideia de que a presença indígena é um sinal de atraso e de risco de futuras fragmentações políticas para o país.

Mas o fato é o oposto!

Pois, de maneira geral, os povos indígenas têm uma relação mais próxima, de equilíbrio e respeito com o meio ambiente.

Inclusive, quando se destrói a natureza, esses povos perdem significados que dão sentido à existência deles, como rituais, cosmologia e interpretações espirituais e sobrenaturais.

Povos indígenas no Brasil e a violência

Apesar de o governo do Estado ter alguns programas para os povos indígenas, ainda existe discriminação, intolerância e destruição.

Dessa forma, o clima é de destruição, discriminação e intolerância, resultando em problemas, sendo a violência o principal.

Ainda é alto o número de homicídios e suicídios entre os indígenas, violência sempre acompanhada por discursos discriminatórios e racistas que pretendem “justificá-la”.

Conforme dados de um relatório feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), teve aumento de 150% nos casos de violências contra povos indígenas.

Assim sendo, estamos falando de homicídios, discriminação étnico-cultural, racismo, invasão e exploração de território.

Infelizmente, a conquista de um presente e futuro melhores não será fácil.

Com isso em mente, o primeiro passo para combater o preconceito e a violência é a educação.

Ao entendermos o passado de dominação pelo qual povos indígenas passaram, conseguimos conscientizar mais pessoas sobre a luta e os direito indígenas.

Desde 1995, 9 de agosto é o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), dando visibilidades para grupos excluídos e marginalizados.

Apesar dos desafios, as conquistas do povo indígena em Mato Grosso do Sul os levaram a espaços nunca antes pensados.

Nos anos 1990, surgiu aqui a primeira aldeia urbana do Brasil, a Marçal de Souza, e desde então, cada vez mais, cresce a vinda dos indígenas para Campo Grande à procura de emprego e educação.

E vocês têm acompanhado as artes dos indígenas de MS?

Bom sempre lembrar que dar visibilidade a diferentes culturas não vai contra o desenvolvimento.

Muito pelo contrário, só multiplica e diversifica nossa cultura.

Cada povo tem direito a sua memória e a seu futuro, e para que não haja preconceito, é preciso conhecimento.

Então, compartilhe! 🙂

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