Pantanal em chamas
O Pantanal em chamas não é novidade em si.
Isso porque todos nós sabemos da existência das queimadas como uma importante ferramenta de limpeza dos campos.
Entretanto, não dá para negar.
As queimadas ligadas à exploração de terra estão destruindo nosso bioma Pantanal.
Eventualmente, incêndios acontecem naturalmente na região.
Mas não é sobre isso nesse momento.
Pois é fato que essas queimadas são causadas pela ação do homem, intencionalmente ou não.
Assim, os índices das queimadas no Pantanal batem recorde e são assustadores.
Logo, os incêndios no bioma saltaram de 1.147 entre agosto e outubro de 2018 para 6.958 no mesmo período de 2019.
Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), este é o maior número de queimadas dos últimos 17 anos para esse mês do ano.
Atualmente, nove cidades de Mato Grosso do Sul decretaram situação de emergência.
São elas: Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá, Ladário, Bonito, Miranda, Porto Murtinho e Bodoquena.
Todas essas cidades são destinos turísticos de Mato Grosso do Sul.
Inegavelmente, elas sentem os efeitos do incêndio.
Pois o resultado do Pantanal em chamas é ver as margens dos rios queimadas e a inexistência da flora e da fauna.
Dessa forma, tuiuiús, tatus, sucuris e tamanduás foram encontrados mortos.
Muitos deles estão carbonizados.
Além dos animais que tentaram fugir do incêndio e acabaram atropelados em rodovias.
Não existe animal resistente ao fogo
Eles foram incinerados ou asfixiados pela fumaça.
Aliás, os animais que se locomovem mais lentamente são os que mais sofrem.
Sobre a vegetação?!
Certamente, o verde se tornou cinza.
Já pensou nas consequências dessas perdas?
Com toda a certeza, o fogo interfere na biodiversidade.
De tal forma que ele atrapalha todo o ecossistema e também aumenta os níveis de poluição.
Então, além de todas as questões ambientais, os efeitos do fogo causam ainda um custo excedente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Principalmente com crianças e idosos.
Pois eles são os mais afetados pela poluição das queimadas.
Assim, queimaduras, intoxicações e mortes são efeitos diretos dos incêndios.
Além disso, povos indígenas perderam suas casas.
Porém, os efeitos mais amplos e tardios ainda estão por vir.
Tais como a alteração da estrutura das comunidades animais.
Afinal, seu habitat foi destruído, desestruturando abrigo para reprodução, proteção, alimentação e descanso.
O pior é que as respostas não são das mais animadoras, quando pensamos a recuperação das áreas do Pantanal em chamas.
A biodiversidade perdida levará décadas para se recuperar
A queimada no Pantanal é uma perda na qual a recuperação possivelmente não vai recompor a diversidade que tínhamos antes.
A destruição precisa ser interrompida.
Pois o futuro da biodiversidade pantaneira ficará totalmente comprometido.
Possivelmente a paisagem se tornará uma grande monocultura.
A monocultura da cana-de-açúcar, da soja ou do milho dominarão tudo.
Nesse contexto, a possibilidade de extinção das espécies se aproxima.
Podendo ocorrer ainda problemas relacionados à qualidade do ar, ao comprometimento do solo e à poluição dos recursos hídricos.
Por isso, o artifício das queimadas precisa ser utilizado com mais conhecimento e consciência.
Pois não há estrutura no mundo que consiga atuar com sucesso diante de uma emergência como a que estamos vivendo.
Situação do Pantanal surpreende até especialistas
Até especialistas nesse tipo de operação no Pantanal se surpreendem com a situação.
O conhecimento de que os incêndios ocorrem todos os anos nesta época existe.
Então, por que não agir antecipadamente?
Em resumo, o governo deve inserir ações de educação ambiental.
Além de treinamentos de brigadas de incêndio no planejamento orçamentário dos governos.
Essas ações de prevenção poderiam ter evitado o pior:
Esse é um dos maiores incêndios florestais da história do Pantanal.
A importância ambiental do nosso bioma é inquestionável.
Por isso, ele é considerado Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco.
O dia 12 de novembro é uma data marcante para falarmos sobre esse rico bioma.
Pois a data homenageia o ambientalista Francisco Anselmo de Barros, o Francelmo.
Nesse dia em 2005, ele morreu ao atear fogo no próprio corpo.
Ele fez isso em protesto.
A sua tentativa era evitar a aprovação da lei que permitiria o plantio de cana-de-açúcar na Bacia do rio Paraguai, realizado no calçadão da Rua Barão do Rio Branco, em Campo Grande.
Sim… em defesa do Pantanal
Em 2019, nosso atual presidente derrubou legislação que restringia plantio, usinas de açúcar e destilarias de álcool na Bacia do Alto Paraguai.
Há quase 15 anos, Francelmo já sabia.
Enquanto desmatamento e queimadas forem uma prática corrente, não haveria equilíbrio.
E a gente ainda não aprendeu.
Quando será a hora de repensar nossos meios de produção e hábitos alimentares?!
Parece que já estamos bem atrasados!
Ajude o Pantanal!
Muitas instituições fazem o que podem em momentos como esse.
Dessa forma, elas contribuem com doações de alimentos e produtos de higiene.
Outras levam desenvolvimento socioambiental para a região.
Você pode procurar a que mais se identifica para fazer parte dessa rede de apoio.
Neste link, você colabora na salvação de milhares de animais silvestres: https://voaa.me/vaquinha-pantanal
Faça sua parte.
Afinal, somos todos Pantanal.
Bora ajudar!
A gente se vê pelas trilhas!
Tchaau.
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