Com certeza, vou me arriscar a dizer que todo Mateiro já viu um saruê.
Pois ele é habituado a áreas residenciais.
Inclusive, não é surpresa ver notícias sobre a presença do Saruê em locais inusitados.
Como em loja de bebidas, na máquina de lavar roupas ou na Câmara de Vereadores da Capital.
Mas não podemos nos esquecer que o habitat natural dos gambás é a floresta.
Sumário

Onde vive o Saruê
Primeiramente, o saruê pode ser encontrado pela América do Sul, na Argentina, na Bolívia, na Venezuela, no Uruguai, nas Guianas, no Paraguai e no Brasil.
Mas a família Didelphidae é de ampla distribuição nas Américas.
Inclusive, o gênero Didelphis ocorre desde o sudeste do Canadá até o sudeste da Argentina.
Assim, o que nós definimos como gambás no Brasil é um animal diferente do que os norte-americanos ou canadenses chamam de gambá.
Apesar de ambos serem chamados de gambás, o “gambá” norte-americano que a gente conhece do desenho animado e dos filmes, que é aquele preto com a faixa branca nas costas (da espécie mephitis mephitis), é um mamífero da ordem carnívora, conhecido como cangambá.
Por outro lado, o nosso gambá (didelphismorphia) é um marsupial, exatamente como os cangurus.
Em Mato Grosso do Sul, é mais comum toparmos com o gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) e o gambá-de-orelha-preta (Didelphis marsupialis).
Alimentação do Gambá Saruê e a importância para florestas
Pra começar, eles têm hábitos alimentares bem amplos.
Por isso, os saruês são considerados onívoros.
Dessa forma, eles se alimentam de frutas, cereais, pássaros, anfíbios, invertebrados, pequenos mamíferos, cobras e lagartos.
Porém, se estiver dando bobeira, ele também não dispensa lixo na sua dieta.
Inclusive, eles são conhecidos por mexerem no nosso lixo e comerem os restos dos nossos alimentos.
Contudo, os alimentos mais perto e ao alcance do gambá em Mato Grosso do Sul são as frutas.
Aliás, ao ingeri-las, as sementes saem do seu estado de dormência e tornam-se prontas para a germinação assim que saem, nas fezes.
Sendo assim, ele é um importante dispersor de espécies arbóreas nas florestas.

Mesmo com essa grande diversidade de presas, o Saruê não é muito ágil, com exceção para subir em árvores.
Saruê, nosso marsupial
Pra começar, ele é um marsupial em razão da presença de uma bolsa na pele, conhecida como marsúpio, que fica no ventre da fêmea.
Mesmo sendo de hábitos solitários, eles formam casais em tempos de acasalamento.
Assim, a reprodução pode acontecer até três vezes durante o ano, nascendo de 10 a 20 filhotes.
As fêmeas do gambá possuem dois úteros, duas vaginas laterais e uma vagina mediana, também chamada de canal pseudovaginal.
Os machos têm um pênis bifurcado para a disseminação do sêmen para o interior das duas vaginas da fêmea, facilitando a reprodução.
Como outros marsupiais, ao invés de nascerem filhotes, nascem embriões com cerca de um centímetro de comprimento e, na bolsa da mãe, encontram as mamas.
O casal constrói sua própria casa, um ninho com galhos e folhas secas.
Em cativeiro, o período de vida do gambá é de dois a quatro anos.
Mas naturalmente é de 4 a 5 anos, pesando de 3 a 5 quilos, em média.
Mas você pode ver que a aparência dele é como de uma ratazana tamanho GG.
O Saruê arrepia os pelos, faz careta e mostra os dentes afiados, quando se sente ameaçado.
Mas a cara de mau não engana.
Pois o gambá é super da paz e até se finge de morto para não entrar em uma briga.

Cheiro de gambá
É provável que você já tenha ouvido falar do cheiro de gambá.Isso porque eles podem apresentar um cheiro forte.
Mas de uma maneira diferente da que você está esperando ao ver o da América do Norte.
Pois o gambá norte-americano possui glândulas localizadas na região anal que produzem um cheiro muito forte, para se defender de predadores.
Esse jato fedido atinge até 3m de distância do animal, podendo ser sentido pelo ser humano a mais de 1 km de distância.
Mas o nosso saruê, em geral, possui glândulas de odor localizadas debaixo das axilas.
Essas glândulas produzem um odor forte que é principalmente usado na marcação de território por esses animais.
Obviamente, eles podem emitir esse odor em casos extremos e se estiverem se sentindo muito ameaçados.
Mas a real é que a primeira ação de defesa deles é bater os pés no chão e levantar o corpo para parecerem maiores diante dos predadores.
Além disso, ele pode liberar um pouco do odor em você e colocar os dentinhos na sua pele, caso você o pegue.
Porém, o efeito dele sobre o predador é muito menor do que no caso do cangambá.
No caso das fêmeas, é usado ainda na época de reprodução para atrair o macho.
Origem do nome gambá
O nome gambá tem origem na língua tupi-guarani.
Assim, “guaambá” significa “mama oca”.
Sendo uma referência à bolsa ventral (marsúpio) onde ficam as mamas e os filhotes vivem durante o primeiro período de desenvolvimento.
Por se encontrar em áreas urbanas e conviver tão próximo ao seu humano, os gambás sofrem atropelamentos e ataques pessoas que o desconhecem.
Então, agora que você já sabe que é um bichinho inofensivo, compartilhe com todos!
Inclusive, nós coletamos muitas das informações de profissionais como o BlaBlaLogia e o Richard Rasmussen.
Agora, comente aí se já teve alguma experiência com um saruê.
A gente se vê nas trilhas!
Tchaau!
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