Locuções e expressões do Pantanal - Aquele Mato

Locuções e expressões do Pantanal


Arre! A novela trouxe muitas expressões do Pantanal, que estão na boca do Brasil!

Além das mais populares, usadas na obra de TV, existem ainda muitas locuções próprias no vocabulário.

Logo, você vai perceber que tudo se relaciona ao cotidiano de trabalho do homem pantaneiro, com locuções e expressões sempre ligadas à fauna, flora, objetos ou ações na vida cotidiana no Pantanal.

Lembrando para não levar este texto como uma pesquisa científica. 

A gente apenas ama o Pantanal e gosta de trazer algumas curiosidades para vocês.

Então, bora lá!

A fala do habitante do Pantanal

Como já falamos, o vocabulário do homem pantaneiro reúne uma diversidade que traz a maneira de pensar e de agir desse grupo. 

Pois, ao viver num mundo comandado pela natureza, as locuções e expressões do Pantanal perpetuam o bioma também por meio das palavras.

Ou seja, as locuções carregam elementos que remetem a aspectos do Pantanal.

Por exemplo, as seguintes locuções substantivas.

Pra começar: “Asa dura”.

Tal qual um pássaro, o avião possui asas, mas que não se movem. 

Depois, “Bicho do chão”, para designar a cobra, associando o comportamento do animal e o próprio animal.

Outra locução é a “Bola-pé”, que indica um váu, usada quando o rio está tão cheio que o cavalo mal pode atravessar sem nadar. 

Neste caso, dizem que o rio está de bola-pé.

Em seguida, temos a “Canela de ema”, que é um tipo de trança usada para ajudar na armação da laçada e reforçar o tirão.

Assim, o nome é por causa das características dessa planta típica do cerrado.

Ainda mostrando a flora presente nas locuções, “Carne verde” nomeia a carne que é fresca, remetendo à paisagem durante as chuvas. 

Em contrapartida, “Carne sentida” remete à época de seca da região.

Mais locuções do “idioma” pantaneiro

Continuando, um instrumento muito comum na lida com o gado é o relho, que é uma tira de couro torcido, usado para chicotear animais.

Porém, ele é chamado de “Língua de cobra”, provavelmente pela semelhança do objeto com a língua da cobra.

Além dessas, também temos locuções verbais, que funcionam como verbos simples. 

Por exemplo, a expressão “Dar ao João do mato”.

Pra começar a entender, o João-do-mato é o símbolo da vegetação que nasce sem ser semeada e deve ser destruída.

Assim, ele aparece no momento em que a capina começa a chegar ao fim e, nesse momento, os capinadores o expulsam e o fazem abandonar as terras capinadas.

Ou seja, simboliza preguiça e talvez venha a associação que surja a locução, que significa deixar escapar um animal cuja carne é usada para alimentação. 

Também sinalizando o trabalho, temos as locuções “Fazer o rodeio” (reunir o gado no pasto), “Guardar o mato” (entrar correndo no mato atrás de um animal fujão), “Para rodeio” (encarar o perseguidor), “Plantar uma figueira” (cair do cavalo”).

Para qualificar uma música alegre, a locução que você vai usar é “ Limpa banco”.

Pois a música dançante tem o poder de animar as pessoas, fazendo-as se levantar do banco em que estão sentadas, para dançar!

Pra finalizar, estamos torados no grosso com o queimadô de campo.

Entendeu não? 

Assim, “Torado no grosso” é estar muito bravo e “Queimadô de campo” é alguém mentiroso ou que falta com a verdade.

Bom, você viu que tem toda uma linguagem pantaneira que é própria da região.

Inclusive, o estudante Leandro Arantes Fernandes criou um dicionário com expressões do Pantanal.

Então, se quiser ficar por dentro de tudo, é só acessar o dicionário pantanerês do estudante.

Agora comenta aí! Tem mais alguma expressão que você se lembra?

Deixe nos comentários.

A gente se vê.

Tchauu!

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